Por
Rodolpho Sá Viana Figueiredo
Todas as empresas apresentam algumas características comuns. Uma
delas, e talvez a mais importante, é que possuem pessoas em sua
estrutura organizacional. O desafio de se estabelecer, manter e melhorar
os relacionamentos interpessoais, método de comunicação e
relacionamento que promove a troca de informações entre duas ou mais
pessoas, é sempre um obstáculo a ser vencido por todos na organização.
Jornadas cada vez mais longas, funções acumuladas e necessidade
constante de aperfeiçoamento estão na lista de profissionais de todas as
áreas e cada vez é mais difícil manter o equilíbrio. Em muitos casos,
os cargos de liderança ainda ficam com quase a totalidade desta
responsabilidade, sendo assim, este profissional deve entender um pouco
sobre as características de cada tipo de personalidade, conhecer um
pouco de cada uma das pessoas que irá liderar, para se adaptar a cada
grupo na busca dos objetivos da organização.
Com o dia a dia de trabalho nas empresas é possível observar três
tipos de personalidades, que são o conjunto de características
psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou
seja, a individualidade pessoal e social de alguém. Dentre estas
características, cabe citar:
a) as insubmissas: geralmente
possuem uma resistência em obedecer algumas regras da empresa por achar
que as mesmas são desnecessárias. São criativos, tem alto nível de
conhecimento sobre suas tarefas, tem um bom poder de argumentação e uma
implicância aos cargos superiores. Com o insubmisso deve-se sempre
buscar a parceria, ouvir suas opiniões para que o mesmo se sinta
co-autor das decisões e não um simples executor, pois, sendo assim, seu
poder de argumentação será usado de forma positiva na organização;
b) as inseguras: em geral fazem tudo o que são mandados, não
questionam e não opinam, mesmo que já saibam de algum detalhe que poderá
trazer insucesso ao solicitado. Estão sempre demonstrando motivação.
Não gostam de mudanças e tem seu foco em agradar a todos e,
principalmente, a seus superiores como forma de sua manutenção na
organização. Com o inseguro deve-se ter cautela na busca de informações,
pois os mesmos irão responder de acordo com o que eles acham ser a
resposta que mais irá agradar. São ótimos motivadores de campanhas
internas e sua lealdade deve ser aproveitada;
c) o competidor:
eles têm sede pela vitória, são competitivos e querem ser sempre os
melhores no que estão fazendo. Porém, se acham sempre melhores do que
realmente são, têm dificuldades no trabalho em equipe, pois não
reconhecem os talentos dos outros, são proativos e sempre trazem ideias
novas. O melhor caminho a ser seguido com o colaborador que não abre mão
de competir sempre é ter cautela ao colocá-lo em um cargo de liderança.
No entanto, suas ideias e suas opiniões são sempre relevantes e devem
ser levadas em consideração.
A teoria de Carl Jung, que, em 1927,
no livro “Tipos Psicológicos”, afirmava que a personalidade humana pode
ser composta por diversos fatores, que combinados tipificariam a
personalidade de cada um é bem adequada para o momento e dá base ao que
está sendo aqui colocado. Estudos complementares de Katherine Briggs
Myers e de sua filha Isabel Briggs Myers também corroboram com a
argumentação do presente artigo. Donas de uma fábrica nos Estados
Unidos, elas utilizaram seus próprios fundamentos para realizar a
seleção dos seus colaboradores. O que começou com uma brincadeira entre
mãe e filha tornou-se um estudo sério, sendo a base para do Indicador
Myers Briggs dos Tipos de Personalidade.
De acordo com tal indicador,
o tipo de personalidade pode ser identificado por meio de quatro
critérios excludentes. Ou seja, a cada critério, ou você é um ou outro. O
primeiro é se você é extrovertido ou introvertido; o segundo se é
sensorial ou intuitivo; o terceiro se é pensador ou sentimental; e, o
quarto, se é julgador ou perceptivo.
Todos têm um pouco destes três tipos de personalidade, porém uma
sempre ressalta e, daí, a necessidade de uma observação especial a cada
caso. Todos possuem pontos fortes e fracos. O grande desafio e sempre
incentivá-los a usar os pontos fortes e não deixar os pontos negativos
atrapalharem. Entender que cada personalidade foi construída durante
toda a vida do indivíduo e atua como um tipo de escudo é fundamental.
Tentar mudá-la na marra não trará bons resultados e promover conflitos
por conta disso fará com que a organização perca pessoas importantes.
Escolher uma profissão que combine com seus traços de
personalidade pode ser um caminho mais feliz para o sucesso, porém não o
único.
Rodolpho Sá Viana Figueiredo é Administrador com
MBA em Gestão de Negócios e Inovação. Também presta consultoria e
desenvolve softwares administrativos.